domingo, novembro 06, 2011

Maturidade precoce

Questionamentos permeiam minha mente num turbilhão de busca de respostas. Procuro, procuro e não encontro-as. Tenho a chave, mas não tenho a porta. Essa chave se chama maturidade precoce, adquirida numa rapidez descontrolada, desconexa, incompatível com as fases vividas. A porta, essa eu ainda estou tentando achar, sou o contrário de tudo, normalmente procura-se a chave certa para abrir a porta, eu procuro a porta certa para abrir.
A bagagem de experiências impressiona, as fases não vividas  fazem falta, e as vividas em tempos incertos incitam à reflexão, dominam o pensamento de como seria, do tempo não aproveitado ou não vivido, do que foi e não volta mais, do tempo que passou e que agora, não volta, não volta.
Não gostaria de ter responsabilidades tão grandes em ombros tão franzinos, de vivenciar tempos inadequados à própria evolução. É como se eu fosse uma aluna que de repente passa para um nível avançado, que pula séries, que tenta se adequar a uma realidade diferente, que tenta se acostumar com a nova série, mas que o que queria mesmo era seguir o cronograma ano a ano, sem pular etapas.
A criança que não teve uma família estruturada e presente nas fases principais, que não podia ter brinquedos que gostaria, que criava seus próprios, que por motivos diversos conheceu realidades que fizeram a colcha de retalhos que hoje é a sua vida, que se autoestruturou da maneira que podia, que moldou-se ou foi moldada pelo tempo, circunstâncias e oportunidades, ou a falta delas.
A menininha que via  nos livros seus principais amigos, seu refúgio, e que agora mulher, continua com seus velhos e sempre presentes amigos. Amigos estes que nunca a abandonaram ao longo de sua vida e que não perderam a função de porto seguro. Os amigos que a fazem hoje escrever, já que nunca puderam se expressar num diálogo... Os amigos que seguram a barra, quando tudo parece desmoronar.
Não sei se o tempo ou eu mesma, não sei se a vida ou as circunstâncias fizeram de mim alguém que é madura sem querer, a incompatibilidade constante de tudo.
Quero muito achar a porta que me abre as respostas, a porta que me faria entender a mim mesma.
 Não queria uma maturidade tardia, mas uma maturidade adequada com a idade, as experiências, as vivências.
Quero me encontrar, quero sim, sei que não dá pra voltar no tempo e corrigir tudo, porque é impossível. Mas sei que é possível achar as respostas que tanto busco, pra que o futuro seja seguido em seu cronograma normal, que seja seguido nas etapas certas, justas e jamais impostas.
Sigo, embora com muitas pedras no caminho sigo, espero que se um dia eu puder olhar o caminho que tracei, me sinta com o dever cumprido de não ter desistido, embora tenha esmorecido.
O caminho é longo e as etapas devem ser seguidas da forma adequada, nunca avançadas ou estagnadas, o importante é perceber que cada coisa deve estar no seu devido lugar, cada fase assume uma funcionalidade, fora disso o que fica são as inapropriações.
Como nem tudo depende apenas da gente, procuremos compreender, e com isso aprender.

quarta-feira, julho 20, 2011

Tempo ao tempo

O tempo passa; com o tempo tudo se resolve; o tempo cura; tempo ao tempo; ainda não é tempo; o tempo está nublado...
Tantas expressões para um simples substantivo que tem infinitos significados dependendo do referencial. O que pensar do tempo que rege nossas vidas? Como proceder diante da realidade que não depende apenas de nós, mas também dessa incógnita chamada tempo?
Há uma música da dupla Jorge e Mateus que se chama Tempo ao tempo, e uma das frases dela é a seguinte: "Já dei tempo ao tempo , mas o tempo não me ajuda[...]. Como reagir na espera que o tempo passe? Fácil não é. É imprescindível praticar a paciência, que para ser conquistada é uma tarefa no mínimo, dolorosa, imersa em dúvidas e à custa de constantes questionamentos.
Dizem que com o tempo tudo se resolve, será mesmo? O desfecho de muitas situações pode até ser, mas como a vida é um movimento constante, novas situações vão surgindo, e mais uma vez o tempo tem novos casos para tratar. Nesse sentido, pergunto novamente, com  o tempo tudo se resolve?
Com o uso de relógios temos a falsa impressão de controle do tempo, o fato é que somos seus subordinados, observando suas variações que controlam nossos atos, como a hora de acordar, trabalhar, estudar, dormir, comer, enfim, parecemos programados para as diversas atividades diárias. Não modificamos nada por causa do tempo, adaptamos nossas vidas a ele, e ainda por cima, deixamos por sua conta coisas que gostaríamos de resolver, mas que não podemos fazer nada que não seja esperar.
E esperar pra quem é impaciente, é uma verdadeira tortura. As perguntas vem à tona obrigando-nos a refletir sobre quanto tempo, qual o  tempo certo, se o tempo vai mudar e o por quê de deixar tudo nas mãos do tempo.
Como dar tempo ao próprio tempo? Seria ficar esperando apaticamente as resoluções de nossas questões? Seria não agir? Definitivamente não. O próprio tempo precisa de nossa colaboração ainda que mínima. Nosso interesse e nossas ações fortalecem e podem até acelerar este tempo.
Tal como uma casa, o tempo nos exige a formação de alicerces, que ao invés de cimento e tijolos, são a paciência a fé e a esperança.
Muitas pessoas afirmam que tudo acontece no tempo certo, e relamente temos que acreditar nisso, pois, se chegaram a esta conclusão é porque têm exemplos disso.
Pratiquemos a paciência, a indulgência e principalmente a fé no tempo, porque o Tempo é estabelecido por Deus, e Ele é o senhor supremo de todas as coisas. Nós é que, na condição de humanos, não atingimos o grau da verdadeira compreensão.
Tempo, tempo, tempo... Aos poucos seremos capazes de ver o quanto nos é útil, necessário e indispensável.
Que o tempo possa nos ajudar em tudo, no nosso crescimento moral, espiritual e pessoal.
Que nos tornemos amigos do tempo, para que entendamos suas verdadeiras intenções para conosco.
Só então poderemos seguir o caminho certo para a tão sonhada FELICIDADE.
Mara Renata Barros.

domingo, junho 26, 2011

Quando a saudade não cabe no peito, transborda nos olhos

Parece que eu gosto de analisar as frases não é? Pois é, essa frase recebi de uma ex-aluna muito querida, chamada Mirian, "Quando a saudade não cabe no peito, transborda nos olhos".
Por que choramos quando estamos com saudades? Por que as lágrimas teimam em cair quando estamos longe de alguém que gostamos, amamos, ou não mais está conosco?
A saudade não se restringe apenas a pessoas, mas a situações, a momentos vividos.Vale lembrar que só sentimos saudade de bons momentos, de pessoas que nos são caras. E aí lembro de outra frase: " Só sente saudade quem ama de verdade", e é mesmo, quem sente saudades de momentos infelizes? Acredito que ninguém.
De acordo com o Dicionário Aurélio, Saudade : 1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta.2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.
Esta tal saudade, é uma mistura de sentimentos, às vezes em forma de sorrisos ou dor, porque o coração é parte fundamental desse sentimento aliado à mente. Quando não cabe no peito, quando é forte demais, o jeito é deixar que nossos olhos a façam transbordar como forma de aliviar um espaço que está tão ocupado. Os olhos deixam cair aquelas pequenas gotículas, chamadas lágrimas, que muitas vezes queimam o rosto e nos deixam sem palavras, sem ação e em alguns casos sem chão.
A saudade não é nada fácil de administrar, chorar é apenas uma maneira de reagir, quando não se pode fazer nada para matá-la. Mas quando se pode fazer algo, o verbo matar, nesse caso assume uma boa função, a função do reencontro, do matar a saudade, do esvaziamento do coração tão machucado, pelo tempo ou pela distância.
Infelizmente há saudades vitalícias, que não se podem extinguir, e essas são as piores, porque só são compreendidas pela lembrança. E mais uma vez podemos entender que lembrar é viver duas vezes, embora não seja da mesma forma, mas uma forma de reviver o que não se pode modificar.
Se só nos resta chorar, que choremos, mas de alegria, de agradecimento a Deus pelas pessoas e bons momentos que fazem parte de nossas vidas, de nossas histórias.
Sentir saudade é saudável, até um certo limite.Tentemos administrar tão belo sentimento, para que não nos machuque, mas seja responsável pelo nosso sorriso, que é o que devemos buscar sempre, constantemente.
Sentir saudades sorrindo é a melhor forma de procurar ser feliz, apesar da existência desse sentimento.
Mara Renata Barros

Um dia as pedras se encontram

Interessante como as expressões ou ditados populares têm muito significado, muito a dizer. Uma simples frase pode nos incitar à reflexão de várias situações, desde lembranças do passado, vivências do presente ou as possibilidades do futuro.
Desta forma, considero importante relatar um momento vivido , através de um rápido, mas muito construtor encontro, que dá nome a este texto. Bem, vamos lá.
Eu estava passando uns dias na casa da minha mãe, quando numa certa manhã chegou uma senhora chamada Dequinha, amiga da família. Pessoa muito simples e engraçada, embora seja uma sofredora em seu cotidiano, com muitas histórias de vida pra contar, no mínimo curiosas. Alguém que considero bastante e que tem um carinho muito grande por mim. Não nos víamos há uns dois anos, desde que me mudei do Ceará pra Mossoró.
Ao me ver, me cumprimentou com um sorriso verdadeiro e um abraço forte, era muito bonita a sensação de felicidade que transmitia ao me encontrar. Eu também fiquei muito satisfeita por vê-la, o sorriso foi recíproco.
Algum tempo depois, minha mãe, numa conversa na cozinha com ela e comigo, afirmou que até que enfim tínhamos nos encontrado. Ela disse a seguinte frase que me marcou profundamente: "É, um dia as pedras se encontram."
Fiquei pensando naquela pequena frase, tão singela e tão intensa,vinda de uma pessoa tão humilde. Sei que naquele momento significava nosso reencontro, mas algo me inquietava o pensamento, me fazendo procurar outras significações para aquela expressão pra que eu pudesse transformar em texto.
Entendo que a abrangência é imensurável, e que é muito difícil contemplar a variedade de sentidos que pode assumir.
"Um dia as pedras se encontram..." As pedras podem significar; família, casais, amigos, passado e presente, ídolos e fãs, sonho e realidade, rio e mar, chuva e chão, fome e comida, frio e agasalho, sede e água, vontade de ser feliz e felicidade.
Observando nossas vidas podemos perceber que os encontros são constantes, é só prestar atenção nas pessoas ao nosso redor, nas paisagens, na dinâmica da sociedade em que estamos inseridos. Encontros e reencontros, o vaivém de tudo, o ir e vir vital. não se pode negar essa verdade tão forte, e é preciso crer e ter esperanças que " Um dia as pedras se encontram".
Mara Renata Barros

quarta-feira, junho 22, 2011

Importância do escrever

Há muito tempo, descobri que escrever é a minha melhor forma de expressão. A maneira mais completa de tentar colocar em palavras o que penso, sinto e passo.
Descobri também que a escrita é a minha melhor amiga e confidente, o meio que encontrei pra desabafar o que meu coração e mente, teimam em colocar pra fora, em gritar para o mundo e para mim mesma. Escrever é tão importante, tão necessário na minha vida, que senti a necessidade de criar este blog,  não apenas para arquivar meus escritos, mas também para mostrar o poder das palavras, seu encadeamento na dimensão dos sentimentos.
Gostaria de compartilhar este dom que Deus me presenteou, este dom que não pode e nem deve ficar guardado apenas para mim, por que sei que assim como eu, muitos gostariam de ter um meio, um jeito de passar a limpo o cotidiano, as angústias, os sonhos e desejos, as conquistas, o viver, apenas o viver...
Não tenho a pretenção de ter verdades absolutas, por que a vida, na minha concepção é feita de incertezas, de dúvidas constantes, de intensas vivências atreladas a experiências.
Quero apenas escrever, e se puder auxiliar de alguma forma alguém que se interesse por meus escritos, que compartilhe comigo esse gosto pela escrita e também pela leitura, estarei satisfeita, estarei feliz por ser alguém na vida de alguém, mesmo que através de palavras.
As palavras  têm poder, e é nisso que estou acreditando pra continuar existindo.
Seja bem vindo(a) ao meu mundo, à minha diversidade de textos. Boa leitura!
Mara Renata Barros